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Ato cultural levará música e dança à travessa Ismael Soares

Evento de sábado reunirá artistas e entidades em manifesto pela revitalização da passagem conhecido como beco da Khautz

Foto: Carlos Queiroz - DP - Passagem vai receber atrações como a banda do Gonzaga e o Renascença

No sábado (1º), um ato cultural vai levar música e dança à travessa Ismael Soares, popularmente conhecida como beco da Khautz. Os organizadores do evento querem manifestar o desejo de ver em breve o espaço revitalizado, bem como torná-lo uma referência para as manifestações culturais populares em Pelotas. A ação começa às 11h e vai até o final da tarde com a exibição da Banda do Gonzaga, na abertura, e grupo Renascença no encerramento.

Inicialmente o evento iria celebrar o encaminhamento da assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pela empresa PR1 Construtora e Incorporadora Ltda, de Caxias, que ficaria responsável pela requalificação, tanto deste espaço, quanto da Conde de Piratiny, travessa paralela, que fica ao lado da Bibliotheca Pública Pelotense. Localizadas no Centro Histórico, estas passagens de pedestres ligam o calçadão da Andrade Neves à praça Coronel Pedro Osório.
Porém, de acordo com o representante da PR1, o empresário Marciano Perondi, a seção Porto Alegre, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, resolveu rever o processo e suspendeu a emissão do TAC. Por enquanto, não é possível começar a obra em nenhuma das vias. O projeto é uma contrapartida da construtora, que adquiriu em 2019 o direito de finalizar o prédio que fica entre as duas travessas, uma obra que há quase duas décadas à espera de ser concluída.

Perondi relembra que o Iphan regional determinou que a contrapartida fosse discutida e acordada em audiência pública com a comunidade. “Em Brasília, junto ao Senado Federal e ao Iphan, consegui aprovar para terminar o prédio conforme o projeto original e eles disseram que teríamos que fazer uma contraprestação para Pelotas, foi sugerida a reforma das duas travessas ou da Coronel Pedro Osório, como a praça estava reformada, sugerimos a revitalização das passagens”, conta.
De acordo com o empresário, o Iphan de Porto Alegre delegou para a prefeitura a definição da proposta de contrapartida. A prefeitura, a partir de audiência pública ocorrida em 14 de fevereiro, definiu a reforma das duas passagens e que a BR1 construtora iria bancar essa revitalização.

“Tudo foi feito conforme o Iphan determinou”, diz. Porém, na terça-feira Perondi recebeu a notícia de que deveria ser feita outra consulta pública, porque a anterior não tinha a presença de representantes do Iphan.

“O próprio Iphan definiu e delegou essa função à prefeitura de Pelotas e ao setor de Patrimônio Histórico daqui. Eu estava com uma expectativa de fazer essa obra, só faltava assinar esse TAC, frustraram, não saiu. Segundo o Iphan de Porto Alegre vai levar mais um ano agora para fazermos outra audiência pública. Eu não posso mexer na obra. Eles estão condenando Pelotas a ficar com uma rua sem urbanidade, de forma indeterminada, porque daqui a pouco a construtora não vai conseguir terminar o prédio, eu já estou há quatro anos para começar essa obra e não consigo”, reclama.

A esperança agora é sensibilizar o Iphan gaúcho a aceitar a decisão tomada pela prefeitura, a partir de audiência pública realizada anteriormente. “Eu tenho R$25 milhões para fazer essa obra, reforma das ruas é bom para a cidade, terminaria com essa carcaça urbana que tem ali.”

Apoio ao projeto
“O ato de sábado vai ser também para garantir, junto ao Iphan, a manutenção e a validade dessa audiência pública realizada em Pelotas”, fala Luís Carlos Mattozo, organizador do Museu do Percurso Negro, uma das entidades que está apoiando o evento e que esteve presente na audiência pública realizada na prefeitura. O evento de amanhã envolve oito entidades parceiras, além de artistas e trabalhadores do setor cultural.

Durante a audiência pública foi apresentada a proposta na qual a travessa, pela relação histórica com as atividades carnavalescas, seja conhecida como o “beco do Samba”. Mattozo explica que aquela travessa, além de abrigar bares e restaurantes, foi também espaço para comércios relacionados à costura, como de tecidos e aviamentos, muito procurados por quem estava envolvido com o Carnaval.

Parecer oficial
Procurado pela reportagem o secretário de Cultura do município, Paulo Pedrozo, disse que a prefeitura ainda não recebeu nenhum parecer oficial do Iphan sobre o caso, por isso não pode se manifestar.

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